A Mariologia é a disciplina teológica que estuda o lugar de Maria no projeto salvífico da Trindade e sua relação com a comunidade eclesial. Enquanto saber teológico, a Mariologia é uma reflexão sistemática, crítica e sapiencial que parte da fé e à fé retorna. Do ponto de vista do conteúdo, pode ser dividida em três blocos:

1– Maria na bíblia: Mostra quem é Maria de Nazaré enquanto figura histórica e simbólica da comunidade cristã;

2– Dogmas Marianos: Revela um pouco do Mistério que envolve a vida e vocação de Maria: Maternidade Divina, Virgindade Perpétua, Imaculada Conceição e Assunção.

3 – Culto à Maria: compreende a liturgia e a devoção;

Esse tríplice olhar à Maria procura responder à pergunta: qual é o lugar de Maria no projeto salvífico de Deus, iniciando pela criação; meditando na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo e continuando pela ação do espírito santo na história?

As fontes de pesquisa e espiritualidade Marianas são três:

  1. Essenciais: Sagrada Escritura (Lucas e João); escritos Patrísticos (escritos dos grandes teólogos dos sete primeiros séculos da igreja); documentos do Magistério;
  2. Fontes complementares: Escritos Teológicos, artísticos e devocionais;
  3. Fontes Suplementares: Evangelhos Apócrifos, narrações da infância de Jesus, visões dos santos.

Uma Mariologia equilibrada encontra dificuldades. Não se trata de buscar a via do meio  entre as duas tendências: exaltar ou desprezar. Não se trata de exaltar ainda mais a Maria, ela já o é;  nem se pode pretender rebaixá-la: seria trair a Revelação. Importa situar Maria na história da salvação, bem como sua santidade que corresponde à sua missão. Essa reflexão deve estar articulada com os grandes tratados teológicos sobre Cristo, a Trindade, o Espírito Santo, a Graça e a Igreja.

O Estudo sobre Maria deve ajudar a conhecer quem é essa mulher que viveu em Nazaré, foi companheira de José e mãe de Jesus, membro da comunidade de seus seguidores e hoje está na comunhão dos santos, perto de Jesus e tão próxima dos seres humanos. A missão da Mariologia é situar Maria sob a imagem da Mulher, a Mãe, a Esposa, a Virgem, a Imaculada e a Assunta, e principalmente como cooperadora da redenção humana, que em tudo soube lançar-se no projeto de Deus, sendo mãe, educadora e discípula de seu Divino Filho. Pastoralmente e liturgicamente falando, Maria é antes de tudo modelo fiel do discipulado. A grande questão não é rezar para Maria, mas rezar como Maria, por Maria, e principalmente, rezar como ela rezou.

Fonte: Maria, Toda de Deus e tão humana – Afonso Murad
Adaptação: Diác. Márcio Henrique Lopes